quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DESCOBERTA MINA DE COBRE EM CACHOEIRA

A descoberta da existência de uma mina de cobre em Cachoeira provocou um grande alvoroço na Capitania da Bahia, no ano de 1782. O então governador, Marquês de Valença, comunicou oficialmente o fato a Martinho de Melo e Castro, Ministro do Ultramar,  encarregado pelo Governo da Metrópole de administrar todas as terras fora do Reino. O governador enviou a Portugal a amostra colhida  no Vale do Iguape, onde ficavam os principais engenhos de cana-de-açúcar da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira.  Mais tarde outras amostras, maiores ainda, foram enviadas a Portugal, para serem analisadas. Uma das peças pesava  82 arrobas e 10 libras e foi descrita  pelo cientista  Domingos Vandelli, diretor do Real Museu de Lisboa,  como sendo  uma "massa enorme de cobre nativo, que pela sua riqueza se fez digna de toda estimação e como tal se acha colocada no Museu de Lisboa e não é das menores raridades que nele se encerra". E mais: "Internamente é de cor vermelha, como  o melhor cobre purificado e como ele é maleável e dúctil. Não contém ouro, porque a água fervente o dissolve perfeitamente e por ter a sua origem no vitríolo de cobre,etc".  Apesar de diversas iniciativas feitas nos anos seguintes, nunca houve efetivamente exploração comercial do cobre em Cachoeira.

    (clique nas imagens para facilitar a leitura)

A documentação está registrada nos Anais da Biblioteca Nacional  volume 34 pg 515, publicado no ano de 1912

sábado, 23 de outubro de 2010

IRMANDADE DA BOA MORTE HOMENAGEIA OS 107 ANOS DE "MÃE FILHINHA"

Ela é um dos símbolos vivos da devoção a N. Sra. da Boa Morte

Este blog homenageia "Mãe Filhinha", uma das mais longevas integrantes da Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira. Neste segunda-feira (25) ela estará comemorando 107 anos ! 

A comemoração será na sede da própria irmandade, na Rua 13 de Maio. Haverá uma missa em ação de graças, às 17 horas na capela, com a presença das irmãs. Em seguida haverá uma confraternização, com a presença da filarmônica Lyra Ceciliana, que na oportunidade  prestará sua homenagem, executando dobrados e outras composições  de seu vasto repertório.    

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

QUILOMBOS DA VILA DE CACHOEIRA SÃO DESTRUÍDOS

No final do Século XVIII o governo colonial  português intensificou as ações cruéis e repressivas contra os quilombos que se implantaram no sertão baiano. Nessa correspondência o governador da Bahia, Dom Fernando José de Portugal - o mesmo que  sufocou a Revolução dos Alfaiates e mandaria, naquele mesmo ano, enforcar e esquertejar  quatro negros na Praça da Piedade em Salvador - comunica a Dom Rodrigo de Souza Coutinho, Ministro da Marinha e dos Domínios Ultramarinos de Portugal,   que acabara de sufocar os quilombos existentes no vasto território da Villa de Cachoeira. 

Imagem de um quilombo como os que existiam em Cachoeira
Os quilombos referidos ficavam na Serra do Orobó, onde hoje situa-se a cidade de Ruy Barbosa,  e no distrito de Andarahy, na Chapada Diamantina.

A correspondência  está citada nos Anais da Biblioteca Nacional (Volume 036, publicada no ano de 1914)


Ilustração da guerra contra o QUILOMBO DOS PALMARES (Alagoas)

                             

sábado, 9 de outubro de 2010

UMA ENCHENTE EM CACHOEIRA VISTA PELAS LENTES DO ESPANHOL " MANOLO"

A imagem abaixo mostra uma das célebres enchentes do Rio Paraguaçu, que constantemente inundava Cachoeira e  São Félix. Mais precisamente a cheia do ano de 1948, tendo sido captada pelo espanhol Manoel Cewani (Manolo)  da janela do seu quarto no Hotel Colombo. Mostra a Praça Teixeira de Freitas, tendo ao fundo os sobrados onde funcionavam a extinta Pensão Universal e o saudoso  Bar  O Guarany, antigo reduto da boemia, mais tarde transformado no epicentro do bas-fond cachoeirano. 

O imigrante Manolo era da cidade espanhola de Gesteira Bolera e na década de 40  se radicou em Cachoeira,  onde morou  e trabalhou até morrer,  em meados  da década de 70. A cidade carinhosamente o adotou e seu FOTO MANOLO marcou época na Cidade Heróica, durante muitas décadas,  juntamente  com o FOTO BERNARDO e o FOTO WALTER.          


A foto mostra a embarcação BELANIZA circulando pelas ruas de uma Cachoeira alagada, tal uma gôndola pelas ruas de Veneza. Era toda construída em madeira mas apesar de sua fragilidade fazia viagens até Salvador. Não sem riscos para os passageiros que se arriscavam numa travessia perigosa. Há relatos de constantes panes no motor e em pelo menos uma vez  o  barco ficou à deriva em plena Baía de Todos os Santos, para desespero dos passageiros e tripulantes. Foi salvo pelo navio PARAGUAÇU, cujo comandante "Pombo" providencialmente mandou rebocá-lo até Salvador.