sábado, 26 de novembro de 2011

A PRESENÇA DE CACHOEIRA NO ALMANAQUE LAEMERT (1885)

Durante o período imperial da História do Brasil (1822-1889) o Almanaque Laemmert  como era conhecido, ou oficialmente Almanak administrativo, mercantil e industrial do Rio de Janeiro  foi a maior fonte de dados  sobre o país. Com textos sobre a corte brasileira, os ministérios e a legislação imperial, de dados censitários e informações sobre as Províncias (atuais Estados), municípios  e vilas, o Almanaque Laemmert tornou-se fonte fundamental para a compreensão do cotidiano brasileiro do século retrasado.
No ano de 1885 a edição do Almanaque Laemert trouxe o seguinte verbete sobre Cachoeira:




 O texto merece algumas retificações: a Vila de Cachoeira não foi instalada em 24  de janeiro, mas em 29 de janeiro de 1698. Outro lapso foi cometido quando são destacadas as principais lideranças empresarias da cidade. O nome de Reinério Martins Ramos aparece grafado erroneamente como Romeiro. Ele era um grande exportador de fumo, couro e derivados, sendo uma das maiores fortunas da Província, com escritório em Paris. Era  compadre do Coronel Ernesto Simões e padrinho do filho dele, o futuro jornalista Ernesto Simões Filho (1886-1957), que fundou em 1912 o jornal A TARDE. 

Um aspecto a ser observado é  a grande dimensão territorial da área de influência da Igreja Católica. Mesmo ligada à Diocese de São Salvador da Bahia, Cachoeira respondia por 11 freguesias, incluindo a de Nossa Senhora  do Rosário, instalada na própria cidade.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

CACHOEIRA DEVERIA HOMENAGEAR UM NOTÁVEL ARTISTA E CRIAR O CINE-TEATRO MÁRIO GUSMÃO.

O jornal A TARDE, e sua prestigiada revista dominical MUITO, prestaram  recentemente uma justa homenagem a um cachoeirano pouco conhecido das atuais gerações mas muito importante para a cultura brasileira: MÁRIO GUSMÃO. Foram-lhe dedicadas oito páginas para o primeiro ator negro da Bahia, que participou ativamente da cena cultural brasileira durante três décadas, até morrer, em 1996, aos 68 anos.  Rompendo barreiras e preconceitos, Mário Gusmão se destacou como um notável artista-cidadão, tendo atuado ao lado e sob o comando de grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Glauber Rocha. Ele atuou no teatro, no cinema e na televisão. Mário Gusmão morreu num dia 20 de Novembro, quando as comemorações pelo Dia da Consciência Negra ainda eram incipientes. Por coincidência, seu último papel foi na peça Zumbi está Vivo. E continua Lutando !, do Bando de Teatro Olodum, sob a direção de Márcio Meirelles.
Cachoeira deve-lhe uma homenagem e está lançada a ideia de que o cinema da cidade, que está sendo restaurado pelo Projeto Monumenta, venha a chamar-se  no futuro de ...

                           CINE-TEATRO MÁRIO GUSMÃO


Capa da Revista MUITO (Nº 190, 20/11/11)  

terça-feira, 15 de novembro de 2011

CAMPANHA ARRECADA DONATIVOS PARA RECUPERAÇÃO DA IGREJA MATRIZ DE CACHOEIRA

No ano de 1930, Cachoeira  foi mobilizada para uma campanha em favor da recuperação de sua Igreja Matriz, que se encontrava em precário estado de conservação. Uma série de promoções foi realizada, com o recolhimento de donativos em animados "pregões" pelas ruas da cidade, animados pelas filarmônicas Lyra Ceciliana e Minerva Cachoeirana. A maior contribuição foi feita pelo Coronel  Epiphanio José de Souza, que doou 1 conto de reis, vultosa quantia à época, e teve o merecido destaque na imprensa local. O fato foi noticiado pelo jornal A ORDEM, em sua edição de 22 de fevereiro daquele ano. O jornal noticia ainda outras ações ligadas à Igreja Católica em Cachoeira naquele ano.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

VIDA E OBRA DE TRANQUILINO BASTOS SERÃO OBJETO DE PESQUISA DO MAIOR ESTUDIOSO DA MPB


Meu caríssimo Jorge Ramos : 
Que gentileza a sua de me enviar com tanta presteza e por portador  tão  encantador seu belo livro . Vou começar a lê-lo e a fazer dele objeto de consulta, já que pelo que antevejo sua pesquisa é meritória e muitíssimo estimulante . Estou à sua disposição para qualquer coisa que quiser do nosso Instituto  ou deste seu admirador .  
 Abraços,   
do Ricardo Cravo Albin


Esta foi a mensagem recebida pelo editor deste blog e enviada pelo maior estudioso e principal pesquisador de música no Brasil, Ricardo Cravo Albim. Ele agradece pelo envio de um exemplar do livro "O SEMEADOR DE ORQUESTRAS - História de um Maestro Abolicionista", a biografia do músico cachoeirano Manoel Tranquilino Bastos (1850-1935). O livro foi-lhe entregue, no Rio de Janeiro, por Derblay de Almeida, bisneto do maestro,  que em outubro veio à Bahia especialmente para o lançamento do livro. Ricardo Cravo Albin é jornalista, historiador, crítico musical e radialista, e possui um vastíssimo currículo onde se destacam, entre outros, a sua notória especialização e a criação do Dicionário Cravo Albin da Música da Música Popular Brasileira, que possui também uma versão on line (www.dicionariompb.com.br). Com cerca de nove mil verbetes, e em constante atualização, é a mais densa e completa obra do gênero, sendo referência obrigatória para estudiosos e pesquisadores de nossa música. 

Ricardo Cravo Albin, o maior pesquisador da história da música no Brasil, promete utilizar a biografia de Tranquilino Bastos como "objeto de pesquisa".

terça-feira, 1 de novembro de 2011

BIOGRAFIA DE TRANQUILINO BASTOS SERÁ UM DOS TEMAS DEBATIDOS NA BIENAL DO LIVRO DA BAHIA


A biografia do músico cachoeirano Tranquilino Bastos, apresentada em O SEMEADOR DE ORQUESTRAS - História de um Maestro Abolicionista"  será debatida na X Bienal do Livro da Bahia, que está sendo realizada em Salvador. O autor do livro, e editor deste blog, Jorge Ramos, participa  no domingo (6 de Novembro), às 20 horas, da programação do Café Literário, no debate sobre o tema Biografia: Em busca de uma grande história. Essa é a atividade  que encerra a Bienal e terá como participantes o também jornalista e escritor Nelson Motta (autor de uma biografia do cineasta Glauber Rocha) e  Janaína Amado (autora da biografia da militante política Jacinta Passos). O debate terá como mediador o jornalista José de Jesus Barreto.  

Conforme o site da X Bienal do Livro da Bahia, é certo que as biografias têm um público amplo no Brasil. Duas questões são importantes para o sucesso comercial de uma biografia: o biografado e o autor. Quais os limites do jornalismo e da literatura na construção de uma boa biografia? Como jornalismo e literatura se fundem no texto quando o autor mergulha na vida do biografado? Há espaço para ficção em uma biografia? Quais os caminhos para se construir um biografia de qualidade?

 CAFÉ LITERÁRIO

O Café Literário é a sala de visitas da Bienal do Livro. É o espaço no qual o público compartilha ideias, histórias, reflexões e experiências com alguns dos escritores mais representativos do nosso tempo. 
O curador deste charmoso espaço da Bienal é o jornalista, ficcionista e doutor em literatura, Carlos Ribeiro:
"Na condição de curador desta 10ª Bienal do Livro da Bahia, procurei – com a valiosa colaboração do jornalista e escritor Rogério Pereira, a quem devo o planejamento inicial desta edição do Café Literário – valorizar a escolha criteriosa dos participantes, em termos da qualidade do seu trabalho e da sua representatividade no panorama atual da literatura, em nosso país."