sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A FORÇA ECONÔMICA DE CACHOEIRA EM 1930

O jornal cachoeirano A ORDEM, em sua edição de 14 de junho de 1930, apresenta uma reportagem, transcrita do jornal carioca A DEFESA, em que é traçado um panorama completo de Cachoeira destacando o notável desenvolvimento que a cidade vivia. Para se ter uma ideia do poderio da então "maior cidade do interior baiano", eis um resumo do seu movimentado comércio: 15 barbearias; 29 açougues; 48 armazéns de secos e molhados;quatro fábricas de charutos; duas fábricas de gelo; uma fábrica da gasosa (refrigerante); 18 lojas de fazenda (tecidos); 12 alfaiatarias; oito padarias; seis pastelarias; seis armazéns de enfardar e ensacar fumo; além de serviços de águas e esgotos e telefones urbanos e interurbanos. (Para facilitar a leitura, clique na imagem)
A reportagem traz a foto do então prefeito, Cunegundes Barreto(1875-1931), um rico empresário e proprietário de terras no distrito de Capoeiruçu. Ele fora eleito dois anos antes e estava na metade do mandato. Pouco mais de três meses após essa reportagem Cunegundes Barreto foi deposto com a Revolução de 1930. Naquele ano o Presidente da República, Washington Luiz, foi deposto pelos rebeldes liderados por Getúlio Vargas. Todos os governadores e prefeitos do país perderam seus cargos e foram nomeados interventores. Cunegundes, embora num curto período, fez uma administração bastante dinâmica e morreu pouco depois de deixar o cargo, tendo sido sepultado num belo e rico mausoléu, logo à entrada do Cemitério da Piedade, em Cachoeira.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

FEIRA DE AMOSTRAS EM SÃO FÉLIX REÚNE ATRAÇÕES DE MUNICÍPIOS BAIANOS

Em 1935 a Prefeitura de São Félix organizou uma Feira Intermunicipal de Amostras, com stands apresentando as atrações dos principais municípios da Bahia. A feira pretendia apresentar a possíveis investidores a produção econômica do interior, com destaque para a indústria fumageira, a principal atividade da região do Vale do Paraguaçu, no Recôncavo Baiano. A organização do evento cuidou até mesmo para que houvesse "passeios de recreio", ou excursões saindo de municípios próximos e até mesmo de Salvador, nesse caso percorrendo o Rio Paraguaçu, com barcos conduzindo os visitantes. A notícia da organização da feira foi divulgada com destaque pelo jornal " O IMPARCIAL" em duas oportunidades: em agosto e novamente em novembro daquele ano, conforme os seguintes registros: (Clique nas imagens para facilitar a leitura)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A LIGAÇÃO DE DORIVAL CAYMMI COM O RECÔNCAVO

O post presta uma homenagem ao grande artista Dorival Caymmi, que cantou, como ninguém, a Bahia, o mar, os saveiros do Recôncavo (que subiam e desciam os rios Paraguaçu, Subaé e Jaguaribe. Apreciem esse post, com a referência ao início da carreira de Caymmi.
O nosso músico maior nasceu em Salvador, no ano de 1914 (atenção, daqui a dois anos é o centenário dele !), e aos treze anos, interrompeu os estudos e foi trabalhar, como auxiliar, na Redação do jornal O IMPARCIAL. E é do acervo do jornal que garimpamos essa preciosidade: a participação dele, em 1935, no "Programa da Cidade", da Rádio Comercial (PRF-3), que funcionava no Relógio de São Pedro. Caymmi já tinha composto sua primeira música ("No Sertão") e se apresentava regularmente como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da Bahia e da Rádio Comercial.Ora cantando, ora acompanhando os demais artistas, junto com um parceiro, Antonio Maltez. E foi neste ano que ele passou a apresentar o musical "Caymmi e Suas Canções Praieiras", após ter vencido o concurso de músicas de carnaval com o samba "A Bahia também dá." Um diretor da rádio o incentivou a seguir carreira artística no sul do país. E ele tomou um ita (navio que cruzava o litoral brasileiro, de norte a sul) para o Rio de Janeiro. Inicialmente pensava em conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso preparatório de Direito. O resto da história todos conhecem. Ah! quem escrevia e lia a "Crônica da Cidade" (publicada antes no jornal) era Dermeval - ou Dmeval, como também era conhecido - Costa Lima, um intelectual e livreiro, dono da "Civilização Brasileira", livraria que marcou época na Bahia...

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

NO AUGE DA CRISE DO BOMBARDEIO DA BAHIA, UBALDINO DE ASSIS É RECEBIDO COM FESTAS EM CACHOEIRA

No domingo 21 de janeiro de 1912 no auge da crise política que resultou no bombardeio da Bahia, por forças militares federais a mando do Presidente da República, Mal. Hermes da Fonseca, o então deputado federal Ubaldino de Assis - partidário do ministro José Joaquim (J.J.) Seabra - desembarcou em Cachoeira, sua cidade natal, e foi alvo de uma efusiva manifestação de seus conterrâneos. Ao desembarcar no Cais da Bahiana, do vapor que o trouxera de Salvador, Ubaldino foi recebido com foguetes e banda de música (a Minerva Cachoeirana, a quem sempre foi ligado) e liderou uma passeata até sua casa, na Rua da Matriz, sempre seguido por "milhares de pessoas", segundo noticiou o jornal carioca O PAIZ, em sua edição de 22 de janeiro daquele ano. Foi uma demonstração de força política de um dos "seabristas" mais aguerridos (mais tarde os dois viriam a ter um ruidoso rompimento político), num momento em que a oposição (Ruy Barbosa à frente) procurava responsabilizar Seabra pelo bombardeio que incendiou o Palácio do Governo em Salvador e destruiu parte do valioso acervo da Biblioteca Pública da Bahia, a mais antiga da América Latina. Ubaldino fora a Cachoeira para votar na eleição do futuro governador, marcada para o domingo seguinte, na qual J.J. Seabra viria a ser eleito. Eis a matéria : (clique na imagem para facilitar a leitura)
Ubaldino de Assis (1861-1928) era advogado e foi deputado, estadual e federal, por várias legislaturas, sempre representando o sertão baiano mas sua base política era Cachoeira, onde foi intendente e provedor da Santa Casa de Misericórdia. Esteve envolvido nas mais ardentes polêmicas da política baiana em seu tempo, tendo tido destacado papel nos governos dos presidentes Hermes da Fonseca, Artur Bernardes e Washington Luíz.