segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PREFEITO DE CACHOEIRA DESACATA VEREADOR NA DISPUTA PELO CARGO DE PROVEDOR DA SANTA CASA

Em 1957 a disputa política em Cachoeira chegou a uma temperatura elevada. E a Santa Casa de Misericórdia era uma das instituições (as outras eram as filarmônicas, o recém-inaugurado Ginásio, as irmandades religiosas ...) que estavam no centro dessa disputa. De um lado, o pessoal da UDN, que tinha como líder regional o então deputado federal João Mendes, e contava com os líderes municipais vereador José (Zeca) Mascarenhas - dissidente do PSD - e o Padre Fernando Almeida Carneiro. Do outro lado estava a turma do PSD, cujo líder era o também deputado federal Augusto Públio, que tinha entre seus apoiadores o então prefeito Stênio Burgos e o advogado Dr. Fortunato Dórea e tentava reeleger o comerciante Osvaldo Cortes, Provedor da Santa Casa, enquanto a oposição lançara o nome do Padre Fernando - que inclusive fora demitido pelo governador Antonio Balbino, a pedido de Augusto Públio, de quem era correligionário, do cargo de Inspetor do Ginásio. A briga política chegou inclusive a repercutir na Assembléia Legislativa Na falta de um jornal isento (A CACHOEIRA, o único da cidade, era de propriedade de Augusto Públio)o pessoal da oposição publicava semanalmente um boletim, se defendendo e fazendo ataques aos adversários. A leitura do Boletim nº 75 dá uma ideia de como as coisas "esquentaram" naqueles tempos: o vereador Zeca Mascarenhas relata a sua versão da briga, por telefone, com o prefeito Stênio Burgos.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

HÁ 198 ANOS NASCIA EM CACHOEIRA UMA HEROÍNA BRASILEIRA: ANNA NERY, "A MÃE DOS BRASILEIROS".

A cidade de Cachoeira precisa comemorar com as devidas homenagens e festas, daqui a dois anos, o bicentenário de nascimento de seus mais ilustres filhos e uma das mulheres de maior presença e participação na história do Brasil: Anna Nery. Ela nasceu na então Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira em 13 de dezembro de 1814. Seu nome completo era Anna Justina Ferreira Neri. Após a morte do marido e tendo seus filhos ido lutar na Guerra do Paraguay, ela pediu, insistiu e acabou obtendo a licença do governador da Província da Bahia para ir ao palco da guerra, servir como enfermeira. No palco das batalhas serviu diuturnamente atendendo soldados feridos - tanto os brasileiros quanto os argentinos ou até mesmo os próprios paraguaios contra quem lutávamos - com tamanha dedicação e generosidade que foi capaz de superar a dor de ver entre os mortos o cadáver de um dos filhos e ainda assim continuar servindo a quem necessitasse. Por esse motivo ela ficou conhecida como a "Mãe dos Brasileiros" e foi considerada oficialmente a Patrona dos Enfermeiros no Brasil. Suas ações humanitárias igualam-na à desenvolvida pela Cruz Vermelha, por sinal surgida à mesma época. Era filha de José Ferreira de Jesus e de Luísa Maria das Virgens. Casou-se com capitão-de-fragata Isidoro Antônio Nery (1837). O marido morreu em 1843, deixando-a com três filhos: Justiniano, Antônio Pedro e Isidoro Antônio Nery Filho. Dois filhos eram oficiais do Exército. Ao irromper a Guerra do Paraguai (dezembro de 1864), seguiram ambos para o campo de luta. Anna requereu ao presidente da província da Bahia, conselheiro Manuel Pinho de Sousa Dantas, lhe fôsse facultado acompanhar os filhos e o irmão (major Maurício Ferreira) durante a guerra, ou ao menos prestar serviços nos hospitais do Rio Grande do Sul. Deferido o pedido, partiu de Salvador incorporada ao décimo batalhão de voluntários (agosto de 1865), na qualidade de enfermeira.
Durante toda a campanha, prestou serviços ininterruptos nos hospitais militares de Salto, Corrientes, Humaitá e Assunção, bem como nos hospitais da frente de operações. Viu morrer na luta um de seus filhos e, terminada a guerra, regressou ao Brasil trazendo para criar seis crianças paraguaias orfãs de guerra. Recebeu ainda em vida grandes homenagens. O governo imperial conferiu-lhe a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de primeira classe. Faleceu no Rio de Janeiro aos 66 anos de idade. Em sua homenagem foi denominada, em 1923, Anna Nery, a primeira escola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão. Em 1938, Getúlio Vargas, assinou o Decreto n.º 2.956, que instituía o "Dia do Enfermeiro", a ser celebrado a 12 de maio, devendo nesta data ser prestadas homenagens especiais à memória de Anna Nery, em todos os hospitais e escolas de enfermagem do País. Em 2009, por intermédio da Lei n.º 12.105, de 2 de dezembro de 2009, Anna Justina Ferreira Nery entra para o livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília - Distrito Federal.