terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ABOLICIONISTAS CACHOEIRANOS VIBRAM COM VITÓRIA ELEITORAL DE JOAQUIM NABUCO

A vitória eleitoral de Joaquim Nabuco foi vista
pelos cachoeiranos como um avanço na luta pela Abolição
Em setembro de 1887 a vitória de Joaquim Nabuco (1849-1950) - o maior líder da causa abolicionista - nas eleições para deputado federal representando o 1º distrito eleitoral de Pernambuco, foi comemorada em Cachoeira com uma passeata promovida pelos abolicionistas locais, que teve a participação da "EUTERPE CECILIANA" (atual LYRA CECILIANA), filarmônica fundada em 1870 pelo maestro Tranquilino Bastos, e que era inclusive o seu regente.   
Joaquim Nabuco tinha então 38 anos e já era um nome nacional, como diplomata e jornalista engajado na causa da abolição, tendo escrito a respeito do tema contundentes artigos na imprensa e feito inúmeras conferencias no Brasil e  no Exterior. Foi um dos fundadores e principal dirigente da Sociedade Antiescravidão Brasileira.  
A manifestação de júbilo dos cachoeiranos pela vitória de Joaquim Nabuco, obteve um merecido destaque no número 1 do jornal O ASTERÓIDE, "orgam da propaganda abolicionista", editado em Cachoeira sob a direção do Capitão José Theodoro Pamponet, que lutara na Guerra do Paraguai e voltara à sua cidade coberto de glórias  e heroísmo, para se engajar na causa da libertação dos escravos.   

                                              Clique na imagem para facilitar a leitura


O texto faz referencia a outro líder abolicionista pernambucano, José Mariano Carneiro da Cunha (1850-1912), colega de faculdade de Joaquim Nabuco e companheiro de causa. 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

CACHOEIRA TEVE UM "ANIMADÍSSIMO" CARNAVAL EM 1922

No meu livro "O SEMEADOR DE ORQUESTRAS - História de um Maestro Abolicionista", em que apresento a biografia do músico cachoeirano Tranquilino Bastos (1850-1935) e traço um panorama histórico e socio-cultural de Cachoeira, descrevo como foi o Carnaval na cidade no ano de 1922. Estávamos a poucos meses da eleição presidencial (naquele tempo, em maio) e a disputa política que se travava no país foi o componente que dominou a festa. Naquele ano disputavam o cargo de Presidente da República o mineiro Artur Bernardes, que acabaria vencendo, e o carioca Nilo Peçanha. As forças políticas predominantes na cidade eram lideradas pelo jornalista e empresário Durval Chagas, que apoiava Nilo, e o deputado federal Ubaldino de Assis, defensor da candidatura Bernardes.
A seguir, reproduzo o trecho do livro em que descrevo como a cidade estava se preparando para o Carnaval daquele ano, segundo relato "parcial" feito pelo  jornal A ORDEM, de propriedade de Durval Chagas. O jornal aproveitou a oportunidade para tentar desmoralizar a candidatura de Artur Bernardes, chamado pejorativamente de "Seu Mé", por causa do seu notório pendor para consumir a legítima cachaça mineira. O artigo dá uma ideia precisa do cenário cultural e social de Cachoeira.

                                             (clique na imagem para facilitar a leitura)