segunda-feira, 29 de abril de 2013

CACHOEIRA E SÃO FÉLIX INVADIDAS PELAS ÁGUAS DO RIO PARAGUAÇU (1940)

Uma grande enchente trouxe muitos transtornos e prejuízos às cidades de Cachoeira e São Félix, no mês de março de 1940 e foi registrada inclusive pela imprensa  nacional. O "Correio da Manhã", do Rio de Janeiro, na época o mais prestigiado jornal do país, mandou um repórter e um fotógrafo para registrarem a tragédia. 
A reportagem descreve o ambiente em Cachoeira, relata as providências e apresenta um quadro "impressionante" da inundação, com direito a duas fotografias. A primeira apresenta o casario da Praça Teixeira de Freitas, logo após o cinema. E na segunda fotografia é destaque o sobrado do final da Rua 25 de Junho, onde funciona a sede do Montepio dos Artistas Cachoeiranos.

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quinta-feira, 25 de abril de 2013

LEMBRANÇAS HISTÓRICAS DO ESPORTE EM CACHOEIRA

Eis alguns registros históricos das atividades esportivas mais praticadas em Cachoeira, na primeira metade do século passado. A primeira foto é de 1950 e mostra o Real Atlético de Futebol, bi-campeão (1948/1949) da 2ª Divisão de Amadores de Cachoeira ! O "slogan" é chupado do Hino do Clube de Regatas do Flamengo (RJ), cuja letra foi composta por Lamartine Babo ("Uma vez Flamengo, sempre Flamengo") em 1945. A foto foi extraída do jornal carioca Sport Ilustrado (edição de 31 de agosto de 1950)

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Já a segunda foto mostra o Santa Cruz Juvenil. Quer dizer, o conceito de juvenil àquela época era relativo pois os jogadores da foto são  adultos. O time ficou  invicto durante três anos.! A foto também foi extraída do jornal carioca Sport Ilustrado (a edição, no caso, foi de 8 de abril de 1954).

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A terceira imagem já foi disponibilizada neste espaço e mostra o Rio Paraguaçu em seus dias de glória  no passado,  quando nele eram realizadas competições náuticas que mobilizavam os moradores de Cachoeira e São Félix e atraíam inclusive  a atenção da imprensa nacional. Em julho de 1930 a revista "O Malho", editada no Rio de Janeiro,  mandou a Cachoeira e São  Félix um repórter e um fotógrafo para registrarem, uma regata no Rio Paraguaçu. Nota-se, mesmo ao longe, que as margens do Rio Paraguaçu e a ponte D. Pedro II eram inteiramente ocupadas pelos moradores das duas cidades, que assistiam praticamente de camarote ao belo espetáculo. Na época os clubes Associação Athética de São Félix e a Associação Cultural Desportiva do Paraguaçu dividam as preferências de cachoeiranos e sanfelixtas nos alegres domingos em que havia regatas.

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quarta-feira, 10 de abril de 2013

LÍDER ANARQUISTA FAZ PROPAGANDA EM CACHOEIRA E É VIGIADO PELA POLÍCIA.

Em 1920 o líder anarquista Agripino Nazaré fez propaganda de sua ideologia em Cachoeira e cidades do Recôncavo, sendo vigiado de perto pela Polícia. O jornal baiano A MANHÃ publicou em sua edição de 03 de junho de 1920 a notícia do desembarque dele em Salvador - vindo pelo "Vapor de Cachoeira". Agripino Nazareth era segundo o jornal " um conhecido insuflador das classes operárias" e estava sob forte vigilância, por sua atividade ser considerada subversiva. A nota do jornal faz coro ao preconceito contra ele, considerado "amigo do proletariado" - numa época em que defender os interesses da classe dos trabalhadores era considerado crime -, o que evidencia a intolerância do poder público e de parte da imprensa contra quem defendesse esses interesses. Note-se que à época Cachoeira - e a região do Recôncavo  como um todo - abrigava o principal polo da emergente atividade industrial da Bahia, com suas fábricas de charutos e cigarrilhas, além das usinas produtoras de açúcar. Agripino Nazaré foi um líder  anarquista   brasileiro e junto com José Oiticica, Astrojildo Pereira, Manuel Campos e outros,  foi um  articuladores da Insurreição Anarquista de 1918  no Rio de Janeiro,  movimento que inspirado na Revolução Russa, ocorrida no ano anterior, pretendia derrubar o governo do Presidente Wenceslau Braz  e implantar uma sociedade autogestionada baseada em organizações descentralizadas e sindicatos operários,  nos moldes propostos pelo anarcosindicalismo. A insurreição foi sufocada pela Polícia e os líderes presos.  Expulso da capital do país ele veio para Salvador, foi advogado do Sindicato dos Pedreiros e Carpinteiros da Bahia e fundou o Partido Socialista, por onde pretendia se candidatar a deputado federal. Agripino Nazareth  tornou-se o primeiro defensor na Bahia do ideário socialista e um propagandista da "luta de classes". Três anos antes, em 1917, acontecera a Revolução, que implantara o comunismo na  Rússia e mais tarde em 15 outras repúblicas que viriam a formar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). No Brasil, o movimento comunista só viria a tomar forma organizacional dois anos depois, em 1922, com a criação do Partido Comunista.   


quarta-feira, 3 de abril de 2013

INCÊNDIO DESTRÓI CASAS E PÕE POPULAÇÃO DE CACHOEIRA EM PÂNICO (1914)


Em 1914, há cem anos, um grande incêndio em Cachoeira destruiu dezesseis casas da área comercial - segundo a imprensa da época -  e ameaçava se alastrar  por outras casas, pondo a população em pânico. A notícia mereceu destaque na imprensa nacional e foi publicada no jornal CORREIO PAULISTANO (SP), que fez um relato dramático da situação, indicando as providências tomadas pelo governo da Bahia, comandado à época por J.J. Seabra. Como não havia ligação rodoviária entre Salvador e Cachoeira, os bombeiros de Salvador foram conduzidos através do Rio Paraguaçu, tendo chegado obviamente depois que o fogo havia sido debelado. Mas  a tempo suficiente de  impedir o surgimento de novos focos - o temor da população- e com o reforço da força policial que o acompanhou, evitar saques às casas. Pelo relato que chegou ao governador, o fogo teria sido iniciado no "cinematógrapho" de Cachoeira. A notícia traz ainda uma outra curiosidade histórica: o deputado federal Ubaldino de Assis, maior força política da cidade, acompanhou as forças deslocadas para Cachoeira. Na época ele era aliado incondicional de J.J. Seabra. Mais tarde viriam a ter um ruidoso rompimento político e pessoal, com cenas de violência, inclusive um tiroteio na Rua da Matriz e a invasão da Polícia à casa de Ubaldino de Assis.