sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A FESTA DA AJUDA EM CACHOEIRA, UMA TRADIÇÃO BICENTENÁRIA

A Festa da Ajuda, uma das mais animadas e tradicionais de  Cachoeira, realizada todos os anos sempre na primeira quinzena de novembro, já é reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) como bem imaterial da Bahia. Ela é realizada desde 1818, quando foi criada a devoção a Nossa Senhora da Ajuda, instalada  no mesmo sítio histórico em torno do qual foi criada a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira. Os festejos profanos se constituem num patrimônio cultural da comunidade, com um alegre e colorido desfile de máscaras, fantasias, mandús e cabeçorras pelas ruas históricas da cidade, sendo uma das mais autênticas manifestações populares de Cachoeira, com seu cunho religioso, e ao mesmo tempo marcadamente carnavalesco, que atravessa séculos e gerações. Há registros históricos,  como este do jornal O GUARANY (edição de 13 de outubro de 1881),  em que descrita  toda a programação que estava sendo preparada para aquele ano, tanto na parta religiosa quanto profana. Há referência aos folguedos populares como a "Lavagem" da capela, o pregão do bando anunciador com a presença de cavaleiros mascarados usando vestimentas jocosas, assim como o desfile de mascarados pelas ruas deCachoeira. Assim como o novenário, leilão de brindes, decoração do Largo da Ajuda, armação do coreto para  a filarmônica "Orphesina Cachoeirana" - antecessora da atual Minerva Cachoeirana - o "Te Deum" e a queima de fogos de artifício no encerramento das festividades.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

UMA PROFESSORA INICIA AULAS DE PIANO EM CACHOEIRA

Em 1885 os cachoeiranos foram surpreendidos com um anúncio n'O AMERICANO, um dos jornais da cidade, em que Amélia da Silva Oliveira oferecia "ao público cachoeirano, especialmente aos srs pais de família" os seus serviços como professora de piano. Acredita-se que ela fosse cachoeirana, pois residia na Rua dos Três Riachos, mas o contato poderia ser feito também na loja "A Parisiense", que ficava na Rua de Entre Pontes (atual Ruy Barbosa), certamente um estabelecimento pertencente a seus familiares. Ela havia retornado à cidade após passar quatro anos na capital, onde havia se dedicado por quatro anos ao "estudo  mais aplicado e transcendente de piano com os melhores professoras daquella cidade" (sic). Cachoeira na época já se destacava como uma cidade de intensa atividade musical, pela existência de duas filarmônicas que se rivalizavam, a COMERCIAL (mais tarde rebatizada com o nome atual de Minerva Cachoeirana) e e EUTERPE CECILIANA (atual LYRA CECILIANA). Nelas pontificavam como criadores, regentes e professores os músicos Eduardo Franco e Manoel Tranquilino Bastos, respectivamente. Eles inclusive compunham peças em que era usada a combinação de vários instrumentos, especialmente o piano, o saxofone e a clarineta, formando um rico repertório. Essas criações eram bastante usadas na formação musical dos alunos da escola  que cada filarmônica mantinha  e que tão logo aprendessem as noções musicais e manejassem um instrumento passavam a integrar as bandas. Um curso de piano certamente muito contribuiu para fomentar a atividade musical na cidade. 



segunda-feira, 12 de outubro de 2015

REFORMA FEITA EM 1928 DEVOLVEU À MAIS ANTIGA IGREJA DE CACHOEIRA A SUA CONCEPÇÃO ORIGINAL

Em 1928 foi realizada a última grande reforma da Igreja da Ajuda em Cachoeira. Erguida em 1687, em frente à casa-grande do engenho de açúcar da família Adorno - os primeiros colonizadores europeus - ela foi dedicada inicialmente à devoção a Nossa Senhora do Rosário. Em torno dela surgiu o povoado que deu origem à Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira,  erguida em 29 de janeiro de 1698 por Dom João de Alencastre, conforme ordem contida  na Carta Régia do Rei português D.João III. A reforma de 1928 trouxe de volta à Igreja a sua concepção arquitetônica original. O registro da reforma foi feito pelo jornal católica "Era Nova", publicado em Salvador. 


Eis o texto completo da reportagem:

Após a reforma feita em 1928 a Igreja da Ajuda voltou a ter a sua concepção arquitetônica original, mantida até hoje. (Foto: Lorena Moraes)



terça-feira, 6 de outubro de 2015

EM 1925 INOCÊNCIO BOAVENTURA, INTENDENTE DE CACHOEIRA, SOFREU UM ATENTADO À BALA

Em 7 de fevereiro de 1925 a cidade de Cachoeira foi abalada por uma notícia: o intendente (nome que era dado à época aos prefeitos) Inocêncio Boaventura foi baleado na Estrada do Capoeiruçu, na zona rural do município, quando se dirigia para sua fazenda. Apesar do impacto da notícia, logo se revelou que o crime não foi "político". O autor foi "Tinhô", um dos filhos do fazendeiro Antonio Cardoso, de Umburanas, um distrito de Feira de Santana e que,  por coincidência, ao ser emancipado anos mais tarde recebeu o nome de "Antonio Cardoso". O crime foi motivado por vingança, pois na sábado (dia da feira em Cachoeira, que atraía gente de toda a região) ele tivera, por ordem do prefeito Inocêncio Boaventura, a arma apreendida quando fazia arruaças na cidade. No próprio dia do atentado o governador o governador Góes Calmon dirigiu-se para Cachoeira, onde providenciou a remoção do ferido para Salvador e ordenou um reforço policial para a captura do autor do crime. Não houve distúrbios na cidade por causa do crime, embora admiradores do intendente tenham tentado capturar o criminoso para atos de vingança. Inocêncio Boaventura era bem conceituado na região, como médico, cidadão e político. Em Salvador, para onde foi levado de barco, ele foi operado e sobreviveu. Quando teve alta e ao retornar para Cachoeira foi recebido com foguetes e as duas filarmônicas (Lyra Ceciliana e Minerva Cachoeirana). Uma multidão se aglomerou  para aguardar a chegada do navio trazendo o intendente recuperado. A notícia do atentado foi divulgada, entre outros veículos, pelo "Diário de Notícias".  



terça-feira, 29 de setembro de 2015

"FILÓSOFO" E POETA JUDEU-RUSSO FOI A CACHOEIRA DIVULGAR A COMIDA VEGETARIANA E HÁBITOS SAUDÁVEIS

Em 1918 Cachoeira recebeu a visita do cidadão russo Eliezer Kaminetzky (sobrenome assim grafado pelo jornal cachoeirano O NORTE, que publicou reportagem sobre ele...), adepto  do vegetarianismo. Ele percorria o mundo realizando conferencias e distribuindo material de divulgação sobre o  que na época era chamado de "naturismo", ou viver de acordo com a Natureza. Eliezer Kamenesky,  como seu nome também era conhecido em Portugal, onde mais tarde fixou residência, foi  professor, poeta, músico e ator, e se transformou em amigo do poeta português Fernando Pessoa, que escreveu o prefácio de um dos seus livros ("Alma Errante" - 1932). Na época da visita a Cachoeira ele estava com 30 anos e já tinha em sua peregrinação para divulgar hábitos e alimentação saudáveis percorrido alguns países como a  Itália, Síria, Egito, Arábia, Índia e Estados Unidos. No Brasil, além da Bahia ele esteve na Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro  fazendo conferências e criando entidades como a Sociedade Vegetariana da Bahia e similares nos demais estados.
Ele nasceu em território hoje pertencente à Ucrânia e era judeu-russo. Aos 14 anos fugiu de casa para acompanhar uma companhia de ópera ambulante. Contava que levado pelas suas observações da Natureza e pela influência das leituras de obras dos filósofos gregos, do franco-suíço Jean - Jacques Rousseau e do russo Leon Tolstoi, abandonou o que chamava "vestes caricatas da civilização", tornando-se uma espécie de apóstolo da vida natural e do vegetarianismo. Em Cachoeira, Eliezer Kaminetzky manteve contato com o maestro Manuel Tranquilino Bastos (1870-1935), que era vegetariano e também praticante da homeopatia.  Este é o registro da presença dele em Cachoeira e da entrevista que o "FILÓSOFO RUSSO" concedeu ao jornal O  NORTE :




 Ele morreu em Lisboa, aos 69 anos, em 1957.


29. set.2015

sábado, 19 de setembro de 2015

A FEIRA LIVRE DE CACHOEIRA, QUE IMPRESSIONOU O SOCIÓLOGO FRANCÊS ROGER BASTIDE

Esta foto foi enviada pela cachoeirana Edith Silva para a Revista "O CRUZEIRO" e publicada na edição de 19 de dezembro de 1931. A revista, que revolucionou a imprensa brasileira, tinha surgido em 1928 e entre as muitas novidades que introduziu na relação com seus leitores estava essa "interatividade" (vista aos olhos de hoje): estimulava que eles enviassem fotografias de paisagens e aspectos humanos de suas cidades. A foto mostra a Praça Dr. Milton, onde funcionava na época a feira livre livre de Cachoeira.
Olhando detidamente a foto, lembrei-me do sociólogo francês Roger Bastide (1898-1974), integrante da missão francesa de professores, vinda para implantar a Universidade de São Paulo (USP) e que ficou morando no Brasil por vinte anos, tendo se especializado em religiões afro-brasileiras, em especial o candomblé. Nos anos 50 ele veio à Bahia (e esteve em Cachoeira), visitando terreiros de candomblé, conhecendo seus ritos, fundamentos e conversou com pais-de-santo e mães-de-santo, além de adeptos dessa religião. Suas observações resultaram no livro "Candomblé da Bahia", um clássico no gênero, editado em 1958 (e que na edição brasileira teve prefácio de Fernando Henrique Cardoso). Nele, Bastide, reconhecido como uma das maiores autoridades mundiais em estudos religiosos de origem africana, afirma que a feira livre de Cachoeira e também a de outras cidades do Recôncavo lembravam-lhe a África, com a mesma paisagem humana.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

"AS GLÓRIAS DA CACHOEIRA", UM DOBRADO PARA PIANO COMPOSTO POR TRANQUILINO BASTOS




Em 1877 o maestro cachoeirano Manuel Tranquilino Bastos (1850-1935), fundador em 1870 da filarmônica Euterpe Ceciliana, atual  Sociedade Orpheica Lira Ceciliana, compôs um dobrado para piano com o título "As Glórias da Cachoeira", em evoca  e homenageia o papel da cidade e de seus filhos na guerra que consolidou a Independência do Brasil. A música foi executada pela Euterpe na festa do 25 de Junho, data magna da cidade, que lembra o dia em que no ano de 1822, a Vila aclamou o Príncipe Regente Dom Pedro de Alcântara como Defensor Perpetuo do Brasil e,  em represália,  foi bombardeada por uma barca canhoneira de Portugal, que estava ancorada no Rio Paraguaçu. Os cachoeiranos reagiram e tomaram a barca de assalto, iniciando ali a guerra para tornar o Brasil  independente. O passo seguinte foi a formação de um governo provisório, que aglutinou todas as vilas, para organizar a luta armada contra as tropas lusitanas que ainda dominavam Salvador. Após várias batalhas, a luta só terminou em 2 de Julho do ano seguinte quando o Exército Libertador conquistou Salvador, expulsando os portugueses.
Essa mesma epopeia foi lembrada por Tranquilino Bastos novamente cinquenta e cinco anos depois, quando em 1922, por ocasião do centenário do 25 de Junho compôs o Hino da Cachoeira.

A notícia da composição de As Glórias da Cachoeira foi veiculada no jornal A ORDEM, de Ramiro, Chagas. Era na época o principal jornal do interior da Bahia.

sábado, 5 de setembro de 2015

A IGREJA DO CARMO EM CACHOEIRA NAS PÁGINAS DA ANTIGA REVISTA "O CRUZEIRO" (1933)



Em 1933, por ocasião da realização na Bahia do 1º Congresso Eucarístico Nacional,  a revista carioca O CRUZEIRO publicou uma reportagem sobre a Igreja e o Convento do Carmo de Cachoeira. Nela está uma fotografia muito pouco conhecida, mostrando que o acesso a igreja era feito por uma escada dupla, bem diferente do modelo atual. 

A Igreja do Carmo (1933)
Na reportagem, o enviado especial da revista, Samuel da Cunha Couto, apresenta informações relativas a outra igreja do Carmo (em Salvador). Uma delas é que em 1808 o Rei Dom João VI ao chegar com toda a sua corte fugindo das tropas napoleônicas que invadiram Portugal costumava,  em sua breve passagem pela Bahia a caminho do Rio de Janeiro, frequentar o tempo, dispondo para isso de uma cadeira cativa, uma das muitas raridades conservada no acervo da Igreja do Carmo em Salvador.


Leiam a seguir a reportagem de O CRUZEIRO (edição de Setembro de 1933), que por problema de espaço, está dividida em trechos :


                     

terça-feira, 12 de maio de 2015

A HISTÓRIA DE CACHOEIRA, SEGUNDO O HISTORIADOR MELLO MORAES.

Em uma de suas obras mais conhecidas o médico e historiador alagoano Alexandre José de MELLO MORAES (1816-1882), um dos mais dedicados pesquisadores sobre o estudo da História do Brasil, dedica um artigo sobre a fundação de Cachoeira (Bahia).


Em "Crônica Geral e Minuciosa sobre o Império do Brasil - Desde a descoberta do Novo Mundo ou América até o ano de 1879", publicada em 1879 no Rio de Janeiro, ele descreve como teria sido a implantação dos primeiros engenhos de açúcar no Vale do Iguape, região às margens do Rio Paraguaçu, daí originando-se a povoação inicial que teria sido implantada por descendentes de Paulo Dias Adorno, navegador genovês que casou-se com Felipa Álvares, uma das filhas de Diogo Álvares Correia (Caramuru). A povoação deu origem mais tarde à Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, implantada oficialmente em 1698, segundo ordem expressa contida em uma Carta Régia assinada pelo Rei Dom João III, de Portugal.


                                                            Eis o relato dele:



A ilustração abaixo foi extraída de outra obra de MELLO MORAES ("Brazil Histórico") e mostra a Igreja da Ajuda em 1866. Ela foi a primeira construção religiosa de Cachoeira, inicialmente como uma ermida e reconstruída em 1673 por João Rodrigues Adorno. Fica exatamente em frente ao local onde estava a Casa Grande do seu engenho, que aproveitava as águas do Riacho Pitanga para mover o engenho de moer a cana e produzir açúcar, a principal riqueza do Brasil à época da fundação de Cachoeira.



IGREJA DA AJUDA (Foto de Lorena Moraes)

       12maio2015



domingo, 3 de maio de 2015

CACHOEIRA ENCANTOU CIENTISTAS DA COMISSÃO ARTÍSTICA AUSTRO-ALEMÃ QUE VIAJOU PELO BRASIL

Há quase 200 anos, entre 1818 e 1819, Cachoeira recebeu a visita, por duas vezes, de uma missão científica, dirigida pelo jovem botânico (e também médico) alemão Friedrich Philipp Von Martius e seu conterrâneo o naturalista Johann  Baptiste Von Spix.

Von Martius (já idoso) e Von Spix, que faleceu  ainda jovem, logo após retornar do Brasil.
 Eles integravam a Missão Artística Austro-Alemã, que acompanhou a comitiva da princesa austríaca Maria Leopoldina, cunhada de Napoleão Bonaparte. Ela casou-se na Europa, por procuração, com o Imperador Dom Pedro I e chegou em 1817. Muito culta, a Imperatriz trouxe cientistas e artistas para fazer um levantamento da flora, fauna,  paisagens e costumes do Brasil. Ela também teve um papel importante na  proclamação da Independência do Brasil. A missão científica passou três anos viajando pelo país, recolhendo amostras da flora e da fauna para estudos científicos e para abastecer o acervo de museus da Europa. A viagem resultou no livro Reise in Brasilien, publicado na Alemanha em 1823. 


O grupo de naturalistas e cientistas realizou uma viagem épica que percorreu 10.000 km,  durante um período de três anos, e que passou por quase todos os principais tipos de vegetação do Brasil. Eles saíram do Rio de Janeiro e viajaram a pé, a cavalo, em lombo de burros e canoas, e percorreram as províncias de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Piauí, Maranhão e, em julho de 1919, embarcaram para Belém. Depois de coletar na Ilha de Marajó e diversas localidades ao redor de Belém, começaram a última etapa da expedição subindo o rio Amazonas até Manaus onde se separaram. Spix subiu o rio Negro e afluentes enquanto Martius seguia os rios Solimões e Jupará. Retornaram a Belém em abril de 1820 e embarcaram para a Europa em junho do mesmo ano. A viagem resultou na catalogação de 27.767 espécies de plantas e flores, sendo o mais completo estudo já feito da flora brasileira. O atlas Flora Brasiliensis é a obra que apresentou a biodiversidade brasileira ao mundo.

A CHEGADA EM SÃO FÉLIX E CACHOEIRA

VILA DE CACHOEIRA (vista de São Félix) em 1818 - Gravura do livro Reise in Brasilien

Vindos do sertão de Minas Gerais, através da Estrada Real, chegaram à região sudoeste da Bahia enfrentando perigos diversos como animais selvagens, salteadores, doenças tropicais e um período de seca inclemente. A expedição cruzou a Bahia e chegou a São Félix em 4 de novembro de 1818. A chegada ao Vale do Paraguaçu foi um bálsamo para os viajantes extenuados, como descrevem.
Confiram a narrativa deles, nesse trecho extraído do livro Através da Bahia - Excerptos da Obra Reise in Brasilien (Cia. Editora Nacional - 1938). É uma obra escrita por Pirajá da Sila e Paulo Wolff, que traduziram diretamente do original em alemão a parte baiana da expedição. De Cachoeira a expedição seguiu em canoas para Maragojipe e Salvador. Depois seguiram para Morro de São Paulo e Ilhéus, retornando a Cachoeiraonde passaram outra temporada.
Na segunda visita a Cachoeira, Von Martius descreve com riqueza de detalhes aspectos da vida econômica, social (o entrudo, por exemplo) da cidade e descreve extasiado "...paisagens que, pelo verde luxuriante das colinas, pela variação dos bosques e pela diversidade de vistas sobre o majestoso rio, são de particular encanto". A beleza e a limpidez das águas dos riachos Caquende e Pitanga são destacadas pelo  cientista. Depois eles seguiram pela estrada de Capoeiruçu em direção ao São Francisco e chegaram a Juazeiro e Petrolina.
No último parágrafo do texto abaixo, Von Martius descreve o Lagamar do Iguape, cuja região sediava na época alguns dos principais engenhos da Bahia Colonial.

Com a palavra, Von Martius :

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O "ELEGANTE CINEMA" ERA O "RENDEZ-VOUS" DA SOCIEDADE CACHOEIRANA.

Em 21 de Dezembro de 1915 o jornal A NOTÍCIA, de Salvador, publicou anúncios de dois importantes estabelecimentos de Cachoeira: O Hotel das Nações, que funcionava na esquina em frente aos Cais da Bahiana, e atualmente é uma das muitas ruínas da Cidade Heróica,  e o Elegante Cinema Cachoeira (anterior à criação do Cine Teatro Cachoeirano).
Uma curiosidade no texto do é que o cinema é chamado de "rendez-vous" da sociedade cachoeirana. Embora atualmente a expressão tenha o significado de prostíbulo, na época o sentido era bem outro. Originalmente a expressão francesa tinha o significado de ENCONTRO.
Portanto, o cinema era o ponto de encontro da sociedade cachoeirana.